Perda do Implante Dentário: 7 motivos que poucos pacientes conhecem 

Olá, sou o Dr. Luis Francisco Coradazzi, especialista em implantodontia. Recebo muitos pacientes com dúvidas, medos ou até mesmo frustrações quando o assunto é a perda de um implante dentário. A verdade é que isso pode acontecer — sim — mas, felizmente, em muitos casos, pode ser evitado com atitudes simples e cuidados contínuos. 

Neste artigo, quero conversar com você de forma bem clara e detalhada sobre: 

• O que é a perda de implante, 

• Por que ela acontece, 

• Como identificar os sinais de alerta, 

• E o mais importante: como manter seu implante firme e saudável por muitos anos. 

O que é exatamente a perda do implante dentário? 

O implante dentário é um pequeno pino de titânio que é colocado no osso da mandíbula ou maxila com a função de substituir a raiz de um dente perdido. Depois de fixado, ele passa por um processo chamado osseointegração, em que o osso “abraça” o implante e o incorpora. 

A perda do implante significa que essa integração falhou — seja porque o osso não aderiu corretamente, seja porque houve uma inflamação, infecção ou outro problema que causou a mobilidade ou necessidade de remoção do implante. 

Isso pode ocorrer: 

• Logo após a cirurgia, nas primeiras semanas ou meses; 

• Ou anos depois, mesmo após o paciente já estar com a prótese instalada. 

Causas mais comuns da perda de implantes 

1. Higiene bucal inadequada
   O acúmulo de placa bacteriana pode causar inflamação na gengiva ao redor do implante (mucosite) e, se não tratada, evoluir para uma infecção mais grave chamada peri-implantite, que afeta o osso e pode levar à perda do implante.
2. Tabagismo (uso de cigarro)
   Fumar reduz o fluxo sanguíneo e compromete a cicatrização dos tecidos. Além disso, o cigarro altera a flora bucal e favorece infecções, diminuindo as chances de sucesso do implante.
3. Doenças sistêmicas não controladas
   Doenças como diabetes descompensada, osteoporose e problemas de imunidade podem interferir na cicatrização do osso ou favorecer inflamações.
4. Bruxismo (ranger os dentes)
   Muitas pessoas não sabem que apertar ou ranger os dentes, especialmente durante o sono, pode causar microtraumas repetidos no implante, comprometendo sua estabilidade a longo prazo.
5. Falhas na técnica cirúrgica
   Implantes mal posicionados, sem planejamento adequado, ou feitos em áreas com pouco osso, têm maiores riscos de falhar. Por isso, a experiência do profissional faz toda a diferença.
6. Colocação da prótese antes do tempo certo
   Se a prótese for instalada muito cedo, antes do osso se integrar completamente ao implante, o resultado pode ser a perda precoce.
7. Falta de acompanhamento regular
   Mesmo com tudo certo, não fazer revisões periódicas pode permitir que problemas se desenvolvam sem serem percebidos.

Quais são os sinais de que algo pode estar errado com o implante? 

Alguns sintomas indicam que o implante pode estar comprometido. Se você notar qualquer um deles, procure o seu dentista o quanto antes: 

• dor ou desconforto ao mastigar 

• gengiva inchada ou sangrando ao redor do implante 

• presença de pus 

• mau hálito constante 

• implante com mobilidade (parece “balançar”) 

• sensação de pressão diferente ao morder 

Implante pode ser rejeitado pelo corpo? 

Não da forma como acontece com transplantes de órgãos. O implante é feito de titânio, um material biocompatível, ou seja, o corpo humano aceita muito bem.
O que pode acontecer é a falta de osseointegração — ou seja, o osso não conseguir se firmar ao implante. Isso não é uma rejeição “imunológica”, mas sim um problema local, que pode estar relacionado a infecção, pressão excessiva ou falta de estabilidade. 

Como evitar a perda do implante dentário 

Aqui no consultório, eu sempre explico que o sucesso do implante não termina na cirurgia. Ele depende de uma série de cuidados diários e acompanhamento profissional.  

Veja as orientações mais importantes:

• Escovação caprichada: com escova macia e movimentos circulares. 

• Uso de fio dental ou escova interdental: principalmente entre os implantes. 

• Evite cigarro: especialmente nos 2 primeiros meses após a cirurgia. 

• Use placa noturna se tiver bruxismo. 

• Faça consultas regulares (a cada 6 meses ou conforme indicação). 

• Informe ao dentista se tiver qualquer sintoma estranho. 

Se você está passando pelo pós-operatório ou quer entender exatamente como cuidar do seu implante nos primeiros dias, recomendo a leitura do nosso conteúdo especial sobre a importância da manutenção de implantes dentários.

Quem perdeu um implante pode colocar outro? 

Sim! Em muitos casos é possível refazer o implante com segurança, mas é preciso entender primeiro por que o anterior falhou. Às vezes, é necessário fazer enxertos ósseos, tratamentos de infecção ou ajustes no planejamento. 

Tenho implante e está tudo certo… Preciso mesmo voltar ao dentista? 

Sim! O acompanhamento é essencial, mesmo que você não sinta nada. O controle clínico e radiográfico é a única forma de detectar precocemente problemas silenciosos que poderiam comprometer o implante no futuro. 

Com cuidado e prevenção, seu implante pode durar uma vida inteira 

O implante dentário é um tratamento moderno, seguro e com altíssimas taxas de sucesso. Mas, como qualquer procedimento de saúde, ele exige responsabilidade compartilhada entre o profissional e o paciente. 

Se você seguir as orientações, cuidar bem da sua saúde bucal e manter os retornos regulares, seu implante pode durar a vida toda. E lembre-se: qualquer dúvida ou sinal diferente, não hesite em buscar atendimento. 

Você merece um sorriso bonito e saudável — e eu estou aqui para te ajudar com isso!